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terça-feira, 24 de setembro de 2024
SEMINÁRIO POLÍTICAS DE MEMÓRIA
Arte Negra e Quilombola, em II Congresso Internacional, multidisciplinar Arte & Cultura
Coordenação: José Maurício Arruti (Afro-Cebrap) e Daniela Vieira (Unicamp)
Este Grupo de Trabalho propõe um espaço de debate e reflexão sobre a produção artística das comunidades negras e quilombolas, com ênfase na articulação entre suas expressões culturais, históricas e políticas. Nosso foco reside no papel das manifestações artísticas como modalidade específica de resistência, pertencimento e preservação de saberes. O GT acolhe investigações que abordem a interseção entre arte, memória, territorialidade, religiosidade e o impacto dessas expressões na sociedade contemporânea. Convidamos pesquisadores, artistas, educadores e ativistas a submeterem contribuições que explorem a relevância e o papel transformador dessas artes na construção de um diálogo intercultural e na luta por direitos e reconhecimento. Trabalhos interdisciplinares serão especialmente bem-vindos.
Envie sua proposta de trabalho até dia 30/09/2024
Acesse: artecultura2024.laboratoriosocial.com.br
domingo, 18 de agosto de 2024
Exposição "Quilombo da Marambaia: do ‘ficar bom’ ao ‘ficar bem’"
Em evento que reuniu cerca de 200 pessoas, o Memorial da Procuradoria da República no Rio de Janeiro (PR-RJ) lançou, na última quarta-feira (14), a exposição "Quilombo da Marambaia: do ‘ficar bom’ ao ‘ficar bem’". A mostra, que ficará aberta ao público até fevereiro de 2025.
Com curadoria de Fabiana Schneider, procuradora da República, e a participação de Emanuel M.M. de Castro, Vania Guerra e Jaqueline Alves, a nova exposição comemora a conquista do Quilombo da Marambaia com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 2014. O acordo permitiu a regularização do território da comunidade, após décadas de disputas com a Marinha. Esta vitória foi um divisor de águas para a comunidade, que finalmente obteve o título definitivo de sua terra em 2015.
Também estiveram presentes no evento os advogados e ex-membros do MPF, Daniel Sarmento e Deborah Duprat, o antropólogo José Maurício Arruti, responsável pelo laudo de reconhecimento da comunidade e seu território, e a advogada Aline Caldeira Lopes, que assessorou os quilombolas durante a negociação do TAC. A Marinha também esteve representada no evento.
domingo, 28 de julho de 2024
Censo Demográfico de 2022, Mobilidades indígenas e Educação Diferenciada na 34a. RBA
34a RBA - Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 23 e 26 de julho de 2024 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
MR 34: Indígenas, quilombolas, metodologias participativas e território na produção do Censo demográfico nacional de 2022
Coordenação: José Maurício Paiva Andion ArrutiParticipantes: João Pacheco de Oliveira Filho (UFBA), Marta de Oliveira Antunes (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), Fernando Damasco (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE)
Descrição: A título de descrever um território e uma população, os censos produzem e impõem recortes e classificações, construindo representações de largo alcance e extensas consequências. As dimensões territoriais do Brasil, a sua estrutura de desigualdades e o racismo estrutural impõe à realização do censo demográfico dificuldades e disputas tão importantes de se conhecer quanto o próprio “retrato de família” que resulta dele. Em 1991, o primeiro censo demográfico realizado no curso do processo de redemocratização brasileira incluiu a opção “indígena” nas respostas à pergunta sobre cor ou raça. Em 2022, sob uma conjuntura absolutamente diversa e adversa, foi incluída mais uma opção: “quilombola”. As novas classificações étnicas disponíveis transformam radicalmente aquele retrato e agregam novas dificuldades e disputas à realização do censo, tanto quanto forçam a própria Antropologia a alterar os jogos de escala nos quais desenvolve suas reflexões sobre identidades e grupos étnicos no Brasil. Nosso objetivo é discutir o lugar da Antropologia nas reformulações recentes do censo demográfico, desde o seu planejamento e execução, até a sua legibilidade. Daremos especial atenção a dois aspectos inovadores: de um lado, o processo de consulta, de formação diferenciada das equipes e de adaptação metodológica aos contextos étnicos concretos; e, de outro, as novas categorias sócio-espaciais de captura de dados, baseadas em uma cartografia censitária colaborativa e participativa.
GT 073: Mobilidade, memória e etnicidade: trajetórias biográficas e familiares indígenas
Coordenação: José Maurício Paiva Andion Arruti e Claudia Mura (UFAL)Resumo: Este GT visa reunir pesquisas etnográficas que abordam a mobilidade de pessoas e famílias indígenas e seus processos de re-configuração sócio-espacial, em ambientes rurais ou urbanos, em contextos de desigualdade e convivialidade. A mobilidade é aqui compreendida desde sua dimensão histórica, condição para a análise das suas formas contemporâneas, e como uma maneira de habitar o mundo, de construir relações, produzir vida e lugares, por meio do agenciamento de memórias, entidades e conhecimentos. As configurações sócio-espaciais apontam para os modos materiais de reelaboração familiar e étnica, para além das fronteiras físicas e administrativas das Terras Indígenas, em contextos de subalternização e marginalização, mas também de re-produção do comum, na forma de fluxos, redes, lugares ou novos territórios. Finalmente, o nexo entre relações de desigualdade e convivialidade assinala nosso interesse nas configurações sociais constituídas simultaneamente por laços de solidariedade e cooperação, bem como por diferenças, conflitos e dominação, de seres humanos entre si e destes com outros seres vivos. Serão valiosas as contribuições que analisem as perspectivas e conceptualizações indígenas sobre suas próprias trajetórias individuais e familiares, assim como as dinâmicas de atualização dos coletivos étnicos, que valorizem os agenciamentos da memória e invistam sobre a reflexividade que o próprio deslocamento promove sobre a condição indígena.
GT 046: Educação diferenciada e territorialidades: fazeres, conflitos e resistências
Coordenação: Claudina Azevedo Maximiano, Euzalina da Silva Ferrão, Thereza Cristina Cardoso Menezes, Maria Helena Ortolan, Alfredo Wagner Berno de AlmeidaApresentação do trabalho:
A produção acadêmica sobre educação diferenciada em comunidades tradicionais
Autores: Kalyla Maroun (UFRJ), José Maurício Paiva Andion Arruti (UNICAMP)Resumo: Este trabalho objetiva debater sobre os significados da educação diferenciada entre comunidades tradicionais a partir de uma análise sobre a produção acadêmica disponível sobre a temática. No debate sobre uma possível demarcação conceitual de educação diferenciada, ou currículo diferenciado, partimos da hipótese de que ela não se configura como um objeto em si mesmo, sobre a qual se possa teorizar de forma abstrata, voltando-se a uma linguagem que emerge de situações de conflitos e disputas locais, travadas muitas vezes entre os desejos comunitários para a escolarização, e o currículo universalista, que perpassa documentos como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e a Base Nacional Comum Curricular. No intuito de verificarmos tal argumento, fomos à bibliografia disponível sobre o tema, por meio da coleta de referências na plataforma Scielo, utilizando as seguintes palavras-chave na busca: educação diferenciada or currículo diferenciado. Encontramos 87 referências, dentre as quais somente 15 abordavam a temática. Foram analisados 11 artigos que tratavam da educação escolar diferenciada indígena, 1 da educação escolar diferenciada caiçara e 3 da educação escolar diferenciada quilombola. Percebemos que a dificuldade de abordar a educação diferenciada como um objeto autônomo está, portanto, no fato de as suas manifestações concretas não resultarem de um projeto comum, mas de reações locais singulares, que variam tanto com relação à configuração e aos projetos políticos (pedagógicos) das comunidades (escolares) de referência, quanto com relação a uma sensibilização dos gestores públicos, em seus diferentes níveis, em incorporarem tais singularidades. As manifestações concretas da educação escolar diferenciada são, por isso, não só variadas, mas efetivamente contraditórias, tendo em comum, principalmente, o fato de resultarem de um conflito de perspectivas, projetos e expectativas. Isso, porém, não elimina a importância do debate acadêmico pautado nas diferentes experiências de educação diferenciada de comunidades/povos tradicionais, à medida que ele pode vir a contribuir com a reflexão sobre as ações pedagógicas realizadas no cotidiano escolar, junto aos desejos comunitários de indígenas, quilombolas, caiçaras, dentre outros. Apesar de o tema estar relacionado a um núcleo de elementos comuns, como os currículos, pedagogias e/ou projetos pedagógicos próprios, que tematizam demandas identitárias, sociais, políticas, culturais, linguísticas e econômicas das comunidades, a educação diferenciada não pode ser considerada um objeto em si mesmo, tendo em vista que representa projetos singulares de educação escolar, que não podem ser deslocados para contextos diferentes daqueles nos quais estão inseridos.
domingo, 14 de julho de 2024
ALARI - Perspectivas Afroindígenas e Quilombolas
The ALARI 3rd Continental Conference Afro-Latin American Studies
Tercer Encuentro Continental en Estudios Afrolatinoamericanos de ALARI
PAINEL 192:
Perspectivas Afroindígenas E Quilombolas: Identidade E Saber es Compartilhados
Perspectivas Afroindígenas Y Quilombolas: Identidad Y Saberes Compartidos
Apresentações:
• PERTENCimento Afroindígena E Quilombos No Acre: Desafios Para Uma Formação Docente Continuada Intercultural
Cláudia Marques de Oliveira, Doctorate student, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP e Mônica Caldas Eirenberg, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP
• Um Novo “Retrato De Família”: Indígenas E Quilombolas No Censo De 2022
José Maurício Arruti, Professor, UNICAMP; CEBRAP
• Os saberes orgânicos e a confluência dos Povos Indígenas com os Afro-Quilombo
Sarlene Moreira da Silva, Estudante de doutorado, Faculdade de Saúde Pública- Universidade de São Paulo
• Festa De Santa: Memória Oral E Corporal Do Quilombo Do Cafundó
Thais Pereira da Silva, Pós-doutorando, Universidade de São Paulo (USP)
• A categoria teórico-prática de Quilombo: sentidos epistemológicos, aplicações políticas
Fredson Sado Oliveira Carneiro, Pesquisador, Universidade de São Paulo
Coordenação e moderação:
domingo, 26 de maio de 2024
domingo, 7 de abril de 2024
Entrevista: O ‘levantar aldeia’ dos Pankararu como contraponto à tese do marco temporal (JORNAL PORANTIM, EDIÇÃO 464)
Tornar-se Terra Indígena: o ‘levantar aldeia’ dos Pankararu como contraponto à tese do marco temporal
A Lei 14.701/23 é fruto de uma vitória anti-indígena no Congresso Nacional, mas além de ter a Constituição Federal como principal obstáculo, enfrenta contrapontos e conceitos autóctones que tratam do direito à Terra Indígena
Corrida do Imbu, ritual realizado tradicionalmente na TI Pankararu. Foto: arquivo povo Pankararu |