Disciplina Questões Ambientais e Mundo Rural

CS 263 - Fundamentos em Mundo Rural III: Questões Ambientais e Mundo Rural

2o. semestre de 2019.

Prof. Responsável: José Maurício Arruti

Profs. Colaboradores: Lúcia da Costa Ferreira, José Eduardo Vigilio, Rodrigo Bulamah.

5^a feira, 9-13hs

Ementa: O eixo desta disciplina está dado pela análise das relações homem-natureza-sociedade, tendo como referência central o meio rural e a agricultura, com ênfase para processos contemporâneos de apropriação da terra e outros recursos naturais, os diversos atores sociais envolvidos e as divergências, conflitos e problemas ambientais decorrentes destes processos.

Programa: Este curso está organizado em dois módulos: o primeiro abordará o tema dos conflitos em torno dos recursos ambientais, energia e biodiversidade, centrado no conceito de “arenas ambientais”; enquanto o segundo propõe a análise de conceitos-problemas articulados em torno dos usos dos territórios sociais: Antropoceno, ecologia política, desenvolvimento, sobreposições de formas de uso. Cada módulo é composto de seis aulas organizadas segundo um título e uma bibliografia específica, seguidas de uma aula de balanço geral do conteúdo, no qual os alunos devem trazer suas notas escritas de síntese e problematização. O curso tem um professor responsável que acompanhará todas as aulas, enquanto cada módulo será ministrado por professores específicos. A avaliação será realizada com base na frequência, no debate das notas de aula ao final de cada módulo e em um trabalho final.

Plano de curso:

Aula 1, 01.08 (Todos) Introdução ao curso

Aula 2, 08.08 (Lúcia e José) Introdução aos conflitos sociais em arenas ambientais

Referências

MIALL (2001); FERREIRA et al (2017); FEITAL (2016)

Aula 3, 15.08 (Lúcia e José) Teorias de conflitos sociais por recursos naturais

Referências

KOK et al  (2009);

SCHUERKENS (2009); OECD, 2005

Aula 4, 22.08 (Lúcia e José) Teorias de conflitos sociais por recursos naturais II

Referências

OSTROM (2007); VARGAS (2007)

Aula 5, 29.08 (Lúcia e José) Conflitos entre energia, alimento e biodiversidade

Referências

CUNHA; NUNES (2008), MARINHO (2006); KOH; GHAZOUL, 2008;

Aula 6, 05.09 (Lúcia e José) Transição energética, sustentabilidade e mundo rural

Referências

MANNING et al (2015); KENNEDY (2017); BORRAS et al (2010)

Aula 7, 12.09 (Lúcia e José)

 Mudanças climáticas, adaptação e risco HSIANG ET AL (2013); LUPTON (2006);

Referências

CARLSSON;  STRIPPLE (1998).

Aula 8, 19.09 (Lúcia e José) Síntese e discussão do módulo. Apresentação e discussão das fichas de comentários dos alunos

Aula 9, 26.09 (Arruti) Desenvolvimento: invenção e derivações

Referências

ESCOBAR (2012)

Aula 10, 03.10 (Caio Pompeia e Arruti) O pacto da economia política do agronegócio e os direitos territoriais da populações tradicionais

Referências

ALMEIDA, 2010; DELGADO, 2012, POMPEIA, 2017 e POMPEIA, 2018

Aula 11, 10.10 (Tyrone Candido e Arruti) Seca, cultura e movimentos sociais

Referências

DAVIS (2002)

Aula 12, 17.10 (Bulamah e Arruti)  Ecologia política

Referências

LITTLE, 2006; ESCOBAR, 2005; LATOUR, 2004

Aula 13, 31.10 (Bulamah) Raça, gênero e meio-ambiente

Referências

RODRIGUEZ, 1992; WHYTE, 2018; MCKITTRICK & WOODS, 2007; HAGE, 2017

Aula 14, 07.11 (Bulamah) Pensando o Antropoceno

Referências

CRUTZEN & STOERMER, 2015; CHAKRABARTY, 2013; DE LA CADENA, 2018

Aula 15, 14.11 (Arruti e Bulamah) Síntese e discussão do módulo

BIBLIOGRAFIA:

ALMEIDA, A. W. B. Agroestratégias e desterritorialização: os direitos territoriais e étnicos na mira dos estrategistas dos agronegócios. In: ALMEIDA, A. W. B et al. Capitalismo globalizado e recursos territoriais: fronteiras da acumulação no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010: 101-143.

ARRUTI, J. M. (org.) 2013. Dossiê Políticas de reconhecimento e sobreposições territoriais. Ruris - Revista do Centro de Estudos Rurais da Unicamp, vol. 7, no. 2.

BORRAS JR, Saturnino M.; MCMICHAEL, Philip; SCOONES, Ian. The politics of biofuels, land and agrarian change: editors' introduction. The Journal of peasant studies, v. 37, n. 4, p. 575-592, 2010.

CARLSSON, S.; STRIPPLE, J. » New Actors on the Environmental Arena. Climate Change Risks and The Insurance Industry's Response «. Scandinavian Insurance Quarterly, v. 4, 1998.

CHAKRABARTY, D. O Clima da História: Quatro Teses. Revista Sopro, 91, Julho 2013, pp. 2-22.

CRUTZEN, P.J.; STOERMER, E.F. O antropoceno. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, sem número, 06 nov. 2015.

CUNHA, Luis Henrique; NUNES, Aldo Manoel Branquinho. Proteção da natureza e conflitos ambientais em assentamentos rurais. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 18, 2008.

DE LA CADEÑA, M. Natureza incomum: histórias do antropo-cego. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 69, p. 95-117, 2018.

DELGADO, G. C. Do capital financeiro na agricultura à economia do agronegócio: mudanças cíclicas em meio século (1965-2012). Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2012. (capítulo 5). Disponível em: http://www.reformaagrariaemdados.org.br/biblioteca/livro/do-capital-financeiro-na-agricultura-%C3%A0-economia-do-agroneg%C3%B3cio

DAVIS, Mike. Holocaustos coloniais. Clima, fome e imperialismo na formação do terceiro mundo. Rio de Janeiro: Record, 2002.

ESCOBAR, Arturo. “Depois da Natureza. Passos para uma ecologia política antiessencialista”. In: PARREIRA, Clélia; ALIMONDA, Hector (orgs.). Políticas Públicas Ambientais Latino-Americanas. Brasília: Flacso-Brasil, Editora Abaré, 2005. pp. 17-64.

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KOH, Lian Pin; GHAZOUL, Jaboury. Biofuels, biodiversity, and people: understanding the conflicts and finding opportunities. Biological conservation, v. 141, n. 10, p. 2450-2460, 2008.

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MANNING, Pete; TAYLOR, Gail; E. HANLEY, Mick. Bioenergy, food production and biodiversity–an unlikely alliance?. Gcb Bioenergy, v. 7, n. 4, p. 570-576, 2015.

MARINHO, Mauricio de Alcantara. Conflitos e possíveis diálogos entre unidades de conservação e populações camponesas: Uma análise do Parque Estadual Intervales e o bairro do Guapiruvu (Vale do Ribeira/SP). 2006. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

MCKITTRICK, K. & WOODS, C. A. “No one knows the mysteries at the bottom of the sea” In: ______ (eds.). Black geographies and the politics of place. Toronto, Cambridge: South End Press, pp. 1-13, 2007.

MIALL, Hugh. Conflict transformation: A multi-dimensional task. Berghof Handbook for Conflict Transformation. Berlin, Berghof Centre for Constructive Conflict Management, 2001.

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OSTROM, Elinor. A diagnostic approach for going beyond panaceas. Proceedings of the national Academy of sciences, v. 104, n. 39, p. 15181-15187, 2007.

POMPEIA, C. Agribusiness and Protected Areas. In: CARNEIRO DA CUNHA, M. et al. “Indigenous peoples boxed in by Brazil’s political crisis,” HAU: Journal of Ethnographic Theory 7, no. 2 (Autumn 2017): 403-426. Disponível em:https://www.haujournal.org/index.php/hau/article/view/hau7.2.033

POMPEIA, C. Formação Política do Agronegócio. 2018. 1 recurso online (352 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Harvard University,  Campinas, SP. Introdução. Disponível em:http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/332572.

RICARDO, Fany (org.). 2004. Terras Indígenas & Unidades de Conservação da natureza: o desafio das sobreposições. São Paulo: Instituto Socioambiental.

RODRIGUEZ, Graciela. Eco-feminismo: superando a dicotomia natureza/cultura. Planeta Fêmea, Rio de Janeiro, 1992 (mimeo. biblioteca I. EQUIT).

SCHUERKENS, Ulrike. Conflict, Competition, Cooperation in the Sociology of Development and Social Transformations. Contemporary Sociology, p. 109, 2009.

VARGAS, G.M. Conflitos Sociais e Sócio-Ambientais: proposta de um marco teórico e metodológico, Sociedade & Natureza, 19 (2): 191-203, dez. 2007.

WHYTE, Kyle P. “Indigenous Science (Fiction) for the Anthropocene: Ancestral Dystopias and Fantasies of Climate Change Crises”. Environment and Planning E: Nature and Space, vol. 1 (1-2), 2018, pp. 224-242.