segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Pankararu são convidados pela Cátedra Kaapora, da UNIFESP, para evento sobre 80 anos da Missão Folclórica


Logotipo da Unifesp
Dia 7 de novembro, Teatro Adamastor Pimentas, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH/Unifesp) - Campus Guarulhos.
Mais de 120 estudantess e professores de diferentes cursos da EFLCH/Unifesp participaram do evento Os trajes de encantados Pankararu: da Missão de Pesquisas Folclóricas à São Paulo de hoje, promovido pela Cátedra Kaapora, vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). Além de representantes da comunidade Pankararu que vive em São Paulo (cerca de 180 famílias), participaram de uma mesa de debate o etnomusicólogo Alberto Ikeda, professor aposentado da Universidade Estudual Paulista (Unesp) e membro da Kaapora, e o antropólogo José Maurício Arruti, professor na Universidade Estudual de Campis (Unicamp). 

Pankararu portal 1
Os praiás Pankararu na Unifesp (Foto: Valéria Macedo)

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terça-feira, 4 de setembro de 2018

A Antropologia e o Pós-colonial (Disciplina Teorias Antropológicas II - 2018.2)


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO


HS968 – TEORIAS ANTROPOLÓGICAS II
2018.2, terças, 14-17hs
Prof. José Maurício Arruti

EMENTA
Este curso oferece aos alunos um aprofundamento nos estudos antropológicos, a partir de uma seleção de temas, autores e tendências teóricas centrais à constituição da disciplina. Propõe aos alunos percursos bibliográficos e busca capacitá-los a construir suas próprias aproximações e diálogos com a literatura antropológica.

BIBLIOGRAFIA

AULAS 1 – dia 11 de setembro
Apresentação do curso
AULAS 2 e 3 – dias 18 e 25 de setembro
WAGNER, Roy. 2010 [1975]. A Invenção da Cultura. São Paulo: Cosac Naif, 253 pgs.
AULA 4 – dia 02 de outubro
SAID, Edward W. 1990 [1978]. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras (Introdução, p. 13-40; Cap. 1 – O âmbito do Orientalismo, p. 41-120).
AULA 5 – dia 09 de outubro
APPIAH, Kwame Anthony. 1997 [1992]. Na Casa de Meu Pai – A Africa da filosofia da cultura.. Rio de Janeiro: Contraponto (cap. 1 – A invenção da áfrica, p. 19-52; Cap. 7 – O pós-colonial e o pós-moderno, p. 193-220; Cap. 9 – Identidades Africanas, p. 241-252).
AULA 6 – dia 23 de outubro
LATOUR, Bruno. 1994 [1991]. Jamais Fomos Modernos – ensaios de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34 (coleção Trans), 149 pgs.
AULA 7 – dia 30 de outubro (manhã)
GILROY, Paul. 2001 [1993]. O Atlântico Negro – modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Ed. 34 (Cap.1 – O Atlântico Negro como contra-cultura da modernidade, p. 33-100; Cap. 6 – “Uma história para não se passer adiante”: a memória viva e o sublime escravo, p. 351-416)
AULA 8  – dia 30 de outubro
HALL, Stuart. 2003. Da Diáspora – identidades e mediações culturais / Organização de Liv Sovik. Belo Horizonte: Ed. UFMG (Parte 1 – Controvérsias, p. 25-128)
AULA  9 – dia 05 de novembro (segunda)
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. 2010 [1985] . Pode O Subalterno Falar?. Belo Horizonte: Editora UFMG, 133p. https://perspectivasqueeremdebate.files.wordpress.com/2013/10/spivak-pode-o-subalterno-falar.pdf
DAS, Veena. Subaltern as persperctive. Subaltern Studies VI, 1989, 310-325 
HARAWAY, Donna. 1995. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. cadernos pagu (5): pp. 07-41.
AULA 10 – dia 13 do novembro
OLUKOSHI, Adebayo & NYAMNJOH, Francis. 2011. “The Postcolonial Turn: An Introduction”. In: The Postcolonial Turn / René Devisch Francis Nyamnjoh (eds). Bamenda: Langaa Research and Publishing Common Initiative Group, p. 1-28.
MBEMBÉ, J.- Achille. 2001. “Introduction: Time on the Move”. In: On the postcolony. (Studies on the history of society and culture 41) Berkeley and Los Angeles, California: University of California Press, p. 1-23.
MUDIMBE, V. Y. 2013 [1988]. “Discurso de Poder e o conhecimento da alteridade”. In: A Invenção de África – Gnose, Filosofia e a ordem do conhecimento. Mangualde: Ed. Pedago, p. 15-42.
AULA 11 – dia 26 novembro (segunda)
MIGNOLO, Walter. Histórias Locais / Projetos Globais – colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 505 pgs.
AULA 12 – dia 27 novembro
MALDONADO-TORRES, Nelson. 2006. Pensamento crítico desde a subalteridade: Os estudos étnicos como ciências descoloniais ou para a transformação das humanidades
e das ciências sociais no século XXI. Afro-Ásia, 34, p. 105-129.
MALDONADO-TORRES, Nelson. 2008. “La descolonización y el giro des-colonial”. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, No.9, p. 61-72
MALDONADO-TORRES, Nelson. 2008. A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, p. 71-114
AULA 13 – dia 03 dezembro (segunda)
TROUILLOT, Michel-Rolph.
Silenciando o passado: poder e a produção da história. Curitiba: huya, 2016. (Cap. 1 - O poder na estória, p. 19-63; Cap. 3 - Uma história impensável: a Revolução Haitiana como um não evento, p.121-179).
AULA 14 e AULA 15 – dia 04 de dezembro (manhã e tarde)
Apresentação e debate dos resumos dos trabalhos finais 



segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A destruição do Museu Nacional é a marca mais dolorosa do momento crítico a que a sociedade brasileira chegou

Ao assistir ontem a noite às cenas do incêndio na TV, fiquei mudo e perplexo. Minha primeira reação só veio depois de passar horas assistindo ao incêndio, como para me certificar de que aquilo não era só um pesadelo. Enviei uma breve mensagem para amigos e para colegas de outros países com o máximo que podia expressar no momento: “O museu nacional do Rio de Janeiro completamente destruído pelo fogo, que já dura 5 horas. 200 anos de história científica. Milhares de anos de fontes documentais. Uma das melhores bibliotecas de antropologia do pais. Uma centena de carreiras destruídas. Uma tragédia inestimável, que é a metáfora de uma tragédia ainda maior”. Fui dormir com o peito apertado de dor, raiva e medo.

Estudei no Museu Nacional por mais de dez anos. Comecei em 1989, antes de entrar no mestrado, como estagiário, recém formado em História, do grupo PETI – Projeto Estudo sobre Terras Indígenas. Trabalhei no arquivo histórico e etnológico que a equipe do PETI havia reunido, sob a coordenação dos professores João Pacheco e Antônio C. S. Lima, e que daria origem ao Atlas dos Povos Indígenas do Nordeste (1990). Neste período me encantei com os debates públicos promovidos por professores e estudantes do PPGAS-MN sobre as políticas públicas para indígenas, e que tinham repercussões reais sobre estas mesmas políticas. Uma experiência que me apontou a possibilidade de fundir História e Antropologia, assim como de fazer isso com alguma potência transformadora sobre a realidade.

Depois foram dez anos como aluno, em uma época em que os tempos de pesquisa e redação regulamentares de uma dissertação e de uma tese eram quatro e seis anos. A formação no PPGAS do Museu Nacional é uma marca profunda em todos que passaram por lá. Éramos alunos dos principais nomes formadores da Antropologia brasileira em várias das suas sub-áreas e isso nos era cobrado macia e constantemente. Em torno de um dos pátios internos do grande prédio do Museu Nacional ficavam a sala de aula, as salas dos professores, a secretaria e a Biblioteca Francisca Keller, uma fonte de pesquisa inesgotável, que nos dava acesso tanto à história das Ciências Sociais brasileiras, quanto à bibliografia antropológica internacional mais atualizada.

Entre uma atividade e outra, atravessávamos o pátio como quem atravessa um cenário suspenso no tempo, silencioso e cerimonioso, mas que, desde então, mostrava o desgaste da falta de recursos. Já eram dilemas para a administração da época, tanto a falta de espaço para o contínuo crescimento da biblioteca, quanto o risco que todos nós corríamos com a queda de um ou outro pedaço de reboco do beiral do prédio histórico. Isso contrastava com a certeza de que estávamos imersos em um espaço de saber e ciência, que todos nós reverenciávamos, e cuja alegoria eram os corredores de paredes cobertas de móveis centenários de madeira, com gavetas de fichas de catálogo ou com vitrines que expunham milhares de minúsculas e maiúsculas peças arqueológicas.

O Museu Nacional era uma das nossas instituições maiores, em todos os sentidos. Símbolo da possibilidade que o trabalho intelectual tem em converter um projeto civilizatório imperial em um projeto civilizatório democrático, forjado na luta do saber contra preconceitos, racismos e relações de poder desiguais. Esta instituição foi destruída, não por um acidente, mas por um projeto político concorrente. A destruição do Museu Nacional é a marca mais dolorosa do momento crítico a que a sociedade nacional chegou, ao se degradar na política da ignorância, da opinião sustentada no meme, do egoísmo transformado em teologia, do mercado que não alimenta, mas que se alimenta da vida. A destruição do Museu Nacional é o ato mais espetacular de uma sucessão de atos destinados à destruir a ciência, a arte, a história e a memória brasileiras.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Histórias de Vida e Cura: Migração e práticas xamânicas entre os Kariri-Xocó e os Pankararu

XXVI CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA UNICAMP
17 a 19 de Outubro 2018

Histórias de Vida e Cura: Migração e práticas xamânicas entre os Kariri-Xocó e os Pankararu

Gabriela Cassimiro da Silva

Resumo
O presente trabalho contempla os grupos indígenas Pankararu (PE) e Kariri-Xocó (AL) em suas dinâmicas de mobilidade entre suas respectivas aldeias e o município de São Paulo. Foram observados tanto os significados e símbolos presentes nos relatos de agentes de cura de ambas etnias como as experiências pessoais decorrentes de cada processo migratório.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Rubinho, Rubem Ferreira Thomaz de Almeida

Homenagem ao Rubinho
Os pesquisadores e pesquisadoras do Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena da UNICAMP prestam homenagem à memória do colega, antropólogo e militante das causas indígenas, Rubem Ferreira Thomaz de Almeida, falecido ontem.
Rubinho, como era chamado carinhosamente por todos, atuou por mais de 45 anos (sete deles morando em aldeias) junto aos Guarani-Kaiowa, Guarani-Ñandéva e Guarani-Mbya do ES, RJ, SP, PR, RS e MS, produzindo projetos, pareceres, relatórios e atuando diretamente pela regularização de suas terras e na gestão dos seus territórios.
Sustentado em uma graduação em Ciências Econômicas (FMU-SP, 1975) e outra em Ciências Sociais (USP, 1977) Rubinho fez o seu mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional do Rio de Janeiro (1991) sobre o projeto que ele mesmo ajudou a implantar junto aos Guarani e no qual atuou por dez anos (1976-1986), como um ator do campo de ação indigenista. O texto da dissertação, que consistiu em uma reflexão crítica sobre os “projetos de desenvolvimento comunitário”, foi publicado em livro dez anos mais tarde: Do Desenvolvimento Comunitário à Mobilização Política: O Projeto Kaiowa-Ñandeva como Experiência Antropológica. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2001. Depois disso, sem deixar de atuar junto aos Guarani, contribui na formação de uma ou mais gerações de pesquisadores interessados na cultura e no destino dos Guarani.
O CPEI se reúne aos familiares de Rubinho, em especial sua filha Helena Dabul Thomaz de Almeida e sua esposa Juliana Silveira Torres, aos seus amigos, colegas e colaboradores, em especial os Guarani, neste momento silencio, saudade e reflexão.

Foto: portal ABA

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Antropologia e política no Brasil – do carisma ao crime



Antropologia e política no Brasil – do carisma ao crime
(esboço de curso sobre política, teoria, ética, etnografia, laudos periciais e  comissões parlamentares de inquérito)


Entre o mato e a metrópole. Palestra no PUB-Seattle, Universidade de Washington


sexta-feira, 30 de março de 2018

Guia bibliográfico e de fontes sobre comunidades quilombolas - Projeto LaPPA recruta alunos interessados em bolsa Auxílio

  1. Título do Projeto: nuvem de tagsGuia bibliográfico e de fontes sobre comunidades quilombolas
  1. Descrição: 
Com base em um banco de dados bibliográfico e de notícias sobre comunidades quilombolas, que vem sendo alimentado sistematicamente entre 2013 e 2017, com o apoio de bolsistas SAE, este projeto tem por objetivo organizar e sistematizar os materiais recolhidos, para oferecer um guia bibliográfico e de fontes sobre o tema. Para isso será necessário compulsar as características da produção acumulada (publicações e notícias por ano, por região, por instituição, por temas etc.) e eleger aquelas características que melhor traduzem o perfil da produção acadêmica e noticiosa sobre o tema, para a partir daí produzir uma série de pequenos textos (resumos críticos) introdutórios às listas bibliográficas e de fontes. Estes textos deverão ser preparados sob a supervisão do prof. coordenador, assim como finalizados com a sua parceria. O destino deste material é o website Coletivo Quilombola, mantido pelo LaPPA – Laboratório de Pesquisa e Extensão com Povos Tradicionais Afro-americanos, ligado ao CERES do IFCH-UNICAMP, de forma que o ‘Guia bibliográfico e de fontes sobre comunidades quilombolas’ seja acessado livremente por um grande volume de interessados pela rede mundial de computadores.

Guia bibliográfico sobre Índios na Cidade e Cidades Indígenas - Projeto CPEI recruta alunos interessados em bolsa auxílio

Projeto Bolsa SAE UNICAMP – Serviço de Apoio ao Estudante (2018)

Título do Projeto: Índios na Cidade e Cidades Indígenas

Data do Cadastro: 29/11/2017 21:39:32

Área do curso: Humanas

Orientador(a): Jose Mauricio Paiva Andion Arruti

Número de bolsas : 01

Resumo do Projeto:
Este projeto tem por objetivo geral criar uma base informacional centrada no CPEI – Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena do IFCH-UNICAMP, para a rede de pesquisadores que começa a se formar em torno do tema dos índios que vivem em cidades e das cidades com grande presença indígena. Os temas destacados neste Banco de Dados, associados ao nosso tema central são: migração e mobilidade entre aldeias e cidades, convivialidade étnica em contextos de desigualdade, formação de professores indígenas, xamanismo em contexto urbano, arte indígena em museus metropolitanos, universitários indígenas, entre outros. O último tema citado vem em apoio também à necessidade de referência e reflexões que apoiem a nova iniciativa da Unicamp de adotar o vestibular diferenciado indígena. Finalmente vale esclarecer que esta proposta decorre de um projeto de pesquisa individual (CNPq – Edital Universal, Processo: 483085/2012) e outro realizado em associação com o Projeto Observatório das Migrações em São Paulo (FAPESP – Edital Projeto Temático, Processo: 2009/06502­2), assim como se alimenta da rede que começou a ser estabelecida por meio de dois eventos internacionais recentes que organizamos sobre o tema (Panel `Pueblos indígenas en las metrópoles` do XXXV International Congress of the Latin American Studies Association, Lima; e Simposio Ciudades Indígenas E Indígenas En Las Ciudades. Reflexiones Sobre Movilidad Y Flujos Culturales En La Urbanización Indígena Simposio do V Congreso Latino Americano de Antropología, Bogotá). Trata-se, por isso, de uma proposta que busca criar as bases para a institucionalização de acúmulos que vem sendo realizado na pesquisa em Antropologia e Demografia sobre um tema de destaque crescente em todo o continente americano.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Projeto OS BRASIS E SUAS MEMÓRIAS


o projeto

O projeto “OS BRASIS E SUAS MEMÓRIAS: OS INDÍGENAS NA FORMAÇÃO NACIONAL” propõe-se a realizar pesquisa e produzir dados e interpretações novas sobre um aspecto muito pouco estudado e conhecido na história de nosso país – a continuada e persistente presença da população autóctone não só no período colonial e no século XIX, mas no brasil republicano e atual.


biografias

Com a iniciativa de reunir essas histórias gostaríamos de contribuir para recontar a história do brasil, para implodir os lugares comuns e estereótipos que nela são atribuídos às populações indígenas, produzindo em seu lugar novas fontes de pesquisa histórica.

É com esse intuito que estimulamos TODAS E TODOS PARA QUE CONTRIBUAM COM A CONSTRUÇÃO DE UMA OUTRA MEMÓRIA, conectada com os projetos políticos indígenas contemporâneos. Escolhemos para isso abordar a construção desses projetos e sua realização por meio das biografias indígenas. Ao escrever histórias de uma vida, difundimos histórias de outras vidas às quais aquela está entrelaçada: contamos a história de um povo, de um lugar. A partir da biografia, é possível explicitar, além de eventos e seus encadeamentos, os aspectos que melhor transmitem os propósitos, as estratégias coletivas contra arbitrariedades e violências, e as prioridades culturais e sociais de cada coletividade indígena. Que transmitem o que é fundamentalmente importante para viver, para todas elas!