32a. Reunião Brasileira de Antropologia, programada para os dias 7 a 10 de julho, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em funçõ da pandemia de covid-19 foi tranferida para os dias 30 de outubro a 06 de novembro, em formato totalmente on-line.
GT 53- Índios em cidades e cidades indígenas
José Maurício Paiva Andion Arruti (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)
(Coordenador/a)
Ricardo Ventura Santos (FIOCRUZ)
(Coordenador/a)
José Carlos Matos Pereira (CBAE/UFRJ)
(Debatedor/a)
Resumo: O tema da migração ou mobilidade indígena para centros urbanos, com as transformações cosmológicas, organizacionais e identitárias nele implicadas é matéria de interesse crescente na antropologia produzida nos EUA, na América Latina e no Brasil. Depois dos primeiros trabalhos sobre o tema na década de 1960, com Cardoso de Oliveira, e na década de 1980 com seus orientandos, o tema praticamente saiu da pauta da antropologia feita no Brasil, para só ser retomado duas décadas depois, em larga medida sob o impacto dos dados produzidos em escala nacional com a introdução da categoria “indígena” na lista de opções de auto-atribuição na pergunta sobre cor ou raça dos Censos Demográficos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. Neles registrou-se não apenas um crescimento da população auto-atribuída indígena de praticamente 100% da primeira para a segunda década, como também que esta população estava dividida em proporções praticamente iguais entre áreas rurais e urbanas. Isso impulsionou tanto os estudos demográficos e etnográficos sobre indígenas em situações urbanas, quanto vem renovando o diálogo interdisciplinar. Este GT tem por objetivo reunir trabalhos sobre a situação dos índios em cidades, com a expectativa de construir um panorama sobre o tema, suas abordagens e pautas de trabalho.
Organização: A primeira sessão agrupa os textos mais diretamente associados ao tema da mobilidade. Na sua organização interna, abrimos com os dois textos do bloco que abordam o tema de forma menos etnográfica: o primeiro deles de uma forma mais conceitual, que busca pensar indígenas nas cidades amazônicas desde um diálogo com a sociologia da Escola de Chicago; e o segundo de uma forma histórica, que refaz as políticas de exclusão indígena dos processos de urbanização na Amazônia. Os demais textos são etnografias sobre as situações de mobilidade. Os dois seguintes abordam a mobilidade para a cidade: um sobre o transito multiétnico entre aldeias do Alto Solimões e a cidade de Atalaia do Norte (AM); o outro sobre os trânsitos kaingang entre seus acampamentos e a cidade de Ponta Grossa (PR). Finalmente, fechando o bloco, temos duas etnografias sobre as migrações indígenas internacionais: dos warao, da Venezuela para Boa Vista (RR), e dos aymaras e quéchuas, vindos do Perú e da Bolívia para São Paulo (SP).
A segunda sessão agrupa abordagens etnográficas diversas sobre a presença indígena em cidades. A sessão tem início com duas etnografias sobre uma mesma situação de reterritorialização indígena em plena cidade do Rio de Janeiro, a aldeia Maracanã (Maraka'nà). A seguir, temos duas etnografias sobre situações de contiguidade espacial entre aldeia e cidade, uma no Alto Xingu, com foco na relação entre o Território Indígena do Xingu e a cidade de Canarana (MT), a outra no Médio-Alto São Francisco, com foco na Terra Indígena Xakriabá e e comunidades vizinhas. As duas apresentações que fecham esta sessão abordam mais especificamente esta relação aldeia-cidade por meio de práticas econômicas: uma abordando as relações comerciais e de consumo dos apinajé em Tocantinópolis (TO) e a outra abordando a prática do porarõ dos mbya na cidade de Porto Alegre (RS).
ProgramaçãoGT 53 - Sessão 1 (03/11/2020 das 13:30 às 16:30)
GT 53 - Sessão 2 (04/11/2020 das 13:30 às 16:30)