Informativo Desigualdades raciais e Covid-19 #6Afro-CEBRAP, Janeiro 2021José Maurício Arruti | pesquisador Afro, professor Unicamp, bolsista CNPq Cassius Cruz | pesquisador Afro Alexander Pereira | pesquisador Afro, bolsista PIBIC Unicamp Juliana Sartori | pesquisadora LaPPA-Unicamp Caio Jardim Sousa | pesquisador Afro Hugo Nicolau Barbosa de Gusmão | pesquisador Afro Thayla Bicalho Bertolozzi | pesquisadora Afro Em parceria com a Plataforma Observatório da Covid-19 nos Quilombos (CONAQ; ISA) Resumo executivo• Distribuição territorial: há 6.023 localidades quilombolas no país, distribuídas por 1.674 municípios – o equivalente a 30% dos municípios do país (Tabela 1, p. 6). Em geral, agrupamentos quilombolas encontram-se sobretudo nos seguintes estados: Bahia, Minas Gerais e Maranhão – juntos, estes reúnem quase metade das localidades quilombolas de todo o Brasil (Mapa 1, p. 7; Gráfico 1, p. 8). • Pandemia e óbitos: Os estados com mais óbitos quilombolas registrados são Pará, Rio de Janeiro e Amapá (Gráfico 5, p. 20), sendo Norte, Sudeste e Nordeste (Gráfico 6, p. 21) as regiões com maior contingente. Além disso, 65% das mortes correspondem a quilombolas de mais de 60 anos de idade (Gráfico 8, p. 22). • Políticas insuficientes: a "inação" do Governo Federal (pp. 18-20) se comprova, inclusive, por meio do apagamento da Fundação Cultural Palmares como órgão competente e relevante na proteção e atuação das causas quilombolas. Apesar de uma cartilha publicada pela instituição e da distribuição de algumas cestas básicas, esta seguiu cancelando comemorações relacionadas ao Dia da Consciência Negra, virtuais e presenciais, e suprimindo artistas de sua lista de personalidades notáveis negras. Enquanto isso, os índices de contaminação e óbitos permaneceram crescentes, sem efetivas políticas públicas adequadas às comunidades que seguem, inclusive, com desigualdades de renda (p. 13). • O retrato midiático: na mídia nacional, notícias sobre contaminações por covid-19, mortes - inclusive afetando tradições orais -, problemas no acesso à saúde e à testagem, insegurança alimentar, desigualdade de renda, orientações e/ou medidas jurídicas e desigualdades habitacionais (como acesso precário ou ausente à eletricidade, saneamento, água potável etc) também foram as mais recorrentes, de acordo com dados de um clipping próprio (p. 45). Como citar: ARRUTI, José Maurício et al. O impacto da Covid-19 sobre as comunidades quilombolas. Informativos Desigualdades Raciais e Covid-19, AFRO-CEBRAP, n. 6, 2021. Disponível em: http://bit.ly/afro_info_6 |