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terça-feira, 10 de dezembro de 2013
V Jornada de Estudos sobre Etnicidade da UFPE
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Os Direitos dos Quilombos e o Dever do Estado Brasileiro: Analises Dos 25 Anos da Constituição Federal
PROGRAMAÇÃO
MESA DE ABERTURA DO SEMINÁRIO
Local: Auditório do IC4 (Centro de Educação). Data:
12/12/13, das 14 às 15 horas.
Coordenação: Osvaldo Martins de Oliveira (UFES)
- Paulo Magalhães (Coordenador do PGCS-UFES)
- Representante da CONAQ.
- Carmen Sílvia Rial (UFSC - Presidente da ABA)
SESSÃO 1 - 12/12/2013, das 15 as 17:40 hs, no Auditório do IC4(Centro de Educação).
PROCESSOS DE EXPROPRIAÇÃO DE TERRITÓRIOS, CONFLITOS E DEMARCADORES DE IDENTIDADES: ESTUDOS DE SITUAÇÕES LOCAIS E REGIONAIS
Coordenação: Sandro José da Silva (UFES)
01. BANDEIRA BRANCA EM PAU FORTE: CONSIDERAÇÕES SOBRE SER
COMUNIDADE QUILOMBOLA NO MEIO URBANO, O CASO DO QUILOMBLÉ URBANO DE MANZO
NGUNZO KAIANGO - Carlos Eduardo Marques (UniCamp e NUQ/UFMG)
02. QUILOMBOS SUL-MATO-GROSSENSES, DOS PRIMÓRDIOS A
CONTEMPORANEIDADE – Carlos Alexandre dos Santos (UnB).
03. QUILOMBOS E
MOCAMBOS: AS “TERRAS DE PRETO" DO MARANHÃO E A DIVERSIDADE DE TERRITORIALIDADES ESPECÍFICAS - Cynthia Carvalho
Martins (UEMA), Patrícia
Nunes Portela (UEMA) e Davi
Pereira Júnior (UEMA).
04. TERRITORIALIZAÇÃO E REFLEXIVIDADE CULTURAL: OS QUILOMBOS
E O URBANO NO RIO DE JANEIRO - José
Maurício Arruti (Unicamp)
SESSÃO 2 - 12/12/2013, das 18:30 as 22 horas, no Auditório do IC2 (Centro de Ciências Humanas
e Naturais).
OS MOVIMENTOS DOS QUILOMBOS PELO DIREITO AO TERRITÓRIO E AS RESPOSTAS DO ESTADO: ANÁLISES AVALIATIVAS
Coordenação: Osvaldo Martins de Oliveira (UFES)
05. DIÁSPORAS AFRICANAS E DIREITOS TERRITORIAIS: AS VÁRIAS
DIMENSÕES DO QUILOMBO NO BRASIL. Ilka Boaventura Leite (UFSC)
06. QUANTOS DIQUES
DEVEM SER ROMPIDOS:
INSTÂNCIAS DE DECISÃO
E ENTRAVES AO PROCESSO
DE RECONHECIMENTO E
REGULARIZAÇÃO DE TERRITÓRIOS
QUILOMBOLAS. - Aderval Costa Filho (UFMG)
07. OS RELATÓRIOS ANTROPOLÓGICOS E O RECONHECIMENTO DE
DIREITOS CONSTITUCIONAIS. - Eliane Cantarino O’Dwyer (UFF)
08. OS DIREITOS DOS QUILOMBOS E AS AÇÕES DO
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. - Leandro
Mitidieri Figueiredo e Walquíria Picoli (Procuradores do Ministério Público
Federal).
SESSÃO 3 – 13/12/2013, das 09 às 12 horas, na sala 9 do IC2
(Centro de CiênciasHumanas e Naturais).
OS QUILOMBOS NO ESPÍRITO SANTO E OS DEMARCADORES DE IDENTIDADES: ESTUDOS DE SITUAÇÕES LOCAIS E REGIONAIS
Coordenação:Cleyde Amorim (UFES)
09. QUILOMBOS NO ESPÍRITO SANTO:ATORES POSICIONADOS,
IDENTIDADES E CONFLITOS TERRITORIAIS. - Osvaldo Martins de Oliveira (UFES).
10. ENTRE “TAPUIAS” E “CALHAMBOLAS”: CONFLITO E
TERRITORIALIDADE NEGRA E CAMPONESA DO SAPÊ DO NORTE-ES. - Simone Raquel Batista
(UFES)
11.À SOMBRA DA NAÇÃO: A IMAGINAÇÃO DO DIREITO QUILOMBOLA NO
CONTEXTO CAPIXABA. - Sandro José da Silva (UFES)
12. O QUILOMBO DE MUQUI E O CAXAMBU DA FAMÍLIA ROSA. - Aissa
Guimarães (UFES) e Clair de Moura Júnior (PGA-UFES)
13. OS QUILOMBOS E O CAMPO DA EDUCAÇÃO: DESAFIOS E
PERSPECTIVAS. - Patrícia Gomes Rufino (PPGE/UFES).
SESSÃO 4 - 13/12/2013, das 14 as 18:00 horas, na sala 9 do
IC2.
OS DIREITOS DOS QUILOMBOS: CONTEXTO NACIONAL E SITUAÇÕES LOCAIS
Coordenação:Aderval Costa Filho (UFMG)
14. COMUNIDADES QUILOMBOLAS E O DIREITO: LIMITES NO DIÁLOGO
INTERCULTURAL. - Cíntia Beatriz Muller (UFBA)
15. O CENÁRIO QUILOMBOLA EM GOIÁS: IDENTIDADES E TERRITÓRIOS.
- Alex Ratts (PPGAS/UFG, PPGEO/UFG e PPGG/UFC), Vinicius Gomes de Aguiar
(PPGEO/UFG) e Paula Acotirene Florindo da Silva (PPGAS e PPGEO/UFG).
16. O QUILOMBO DOS KALUNGAS. - Cleyde Amorim (UFES)
17. QUILOMBOS E PATRIMÔNIO CULTURAL: ANÁLISES COMPARATIVAS
ENTRE DOIS CASOS. – Luiz Henrique Rodrigues (CSO-UFES) e Larissa Albuquerque
Silva (CSO-UFES).
PARTICIPANTES NÃO PRESENCIAIS COM TEXTOS ENVIADOS:
18. Negros do norte de Minas: Expropriados, excluídos,
criminalizados e construtores de si como sujeitos de direitos constitucionais. -
João Batista de Almeida (UniMontes, MG).
19. As Comunidades Remanescentes de Quilombos Urbanas. - Ana
Paula C de Carvalho (UFRB).
COMISSÃO ORGANIZADORA
- Osvaldo Martins de Oliveira (UFES, Comitê Quilombos/ABA,
Projeto Jongos e Caxambus, coordenador)
- Aderval Costa Filho (UFMG, Comitê Quilombos/ABA -
vice-coordenador)
- Sandro José da Silva (UFES, Comitê Quilombos/ABA, NEAB e
Projeto Jongos e Caxambus).
- Aissa Afonso Guimarães (UFES, NEAB e Projeto Jongos e
Caxambus).
- Cleyde Amorim (Ufes-NEAB)
- Patrícia Gomes Rufino (Ufes/NEAB e Projeto Jongos e
Caxambus)
- Rosana de Miranda Henrique (Ufes-Projeto Jongos e
Caxambus)
- Larissa de Albuquerque Silva (Ufes-Projeto Jongos e Caxambus)
- Luiz Henrique Rodrigues (Ufes-Projeto Jongos e Caxambus)
- Clair de Moura Júnior (Ufes-Projeto Jongos e Caxambus)
COMISSÃO DE APOIO
- Rosana de Miranda Henrique
- Larissa de Albuquerque Silva
- Rodolfo Cafeseiro
- Cátia Milli
- Rosa Maria de Oliveira
- Jamille Pereira
- Jane Seviriano Siqueira
- Piedra Pollo
- Marinéia Vargas
- José Elias Rosa dos Santos
sábado, 7 de dezembro de 2013
Observatório dos Conflitos Rurais no Estado de São Paulo
Acaba de ser aprovado pela PREAC - Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários da UNICAMP, o projeto de extensão Observatório dos Conflitos Rurais no Estado de São Paulo, proposto pelo CERES e composto pela equipe: Fernando Antônio Lourenço (Coordenador), José Mauricio Arruti (Co-coordenador), Gabriel Pereira da Silva Teixeira, Ellen Gallerani Corrêa, Rosemeire Salata, Cassius Marcelus Cruz, Tiago Rodrigues Santos, Aline Yuri Hasegawa, Leonardo Ferreira Reis, Pedro Vilas Boas.
O Observatório dos Conflitos Rurais no Estado de São Paulo parte da constatação de que a configuração
agrária/fundiária do estado de São Paulo coloca para os analistas e
pesquisadores do mundo rural um cenário em que persiste uma diversidade de
conflitos e violações de direitos, desde a utilização de força de trabalho sob
condições análogas à escravidão, até a reprodução de relações políticas
autoritárias e baseadas na predileção e no clientelismo.
Segundo dados
oferecidos pelo Atlas da Questão Agrária (GIRARDI, 2008), em 2003, São Paulo
era o estado da região Sudeste com a maior concentração fundiária, com um
índice de Gini médio de 0,744, valor que indica uma concentração de terras
média/forte. Souza (2013) mensura o mesmo índice em 0,900 para os anos
recentes, indicando um aumento da concentração de terras para todo o estado. Os
índices para todas as regiões do estado podem ser consultados na tabela abaixo.
Decorrem de
tal concentração fundiária diversos embates pela manutenção e posse da terra,
onde movimentos sociais de pequenos produtores, sem terras, quilombolas e
assalariados despontam como atores relevantes. Não à toa, regiões como o Oeste
Paulista são campeãs de conflitos envolvendo proprietários e não proprietários
de terra (BOLETINS DATA LUTA, 2013).
Em termos
produtivos, predominam no estado dinâmicas baseadas nas grandes propriedades
modernas e tecnificadas, como nas culturas da laranja, da cana de açúcar e do
algodão. Dados da Secretaria de Agricultura de São Paulo estimam que mais de
60% do solo ocupado no estado respondem à agropecuária, e que mais de 50% deste
valor guarda relação com a agricultura patronal, moderna e tecnificada.
É neste campo
de análises que situamos nossa proposta de pesquisa e extensão, buscando atentar para a
diversidade de atores e projetos políticos em disputa nos espaços rurais do
estado de São Paulo, contribuindo para a ampliação do conhecimento acerca das
distintas formas de organização das populações rurais, das suas principais
formas de mobilização e exercício político e, consequentemente, apontando as
especificidades culturais e de identidade dos respectivos grupos sociais. Para
tanto, o acompanhamento dos conflitos rurais figura como objeto privilegiado de
pesquisa e investigação que permitirá desenvolver análises e reflexões sobre os
sujeitos e as dinâmicas econômicas e políticas em andamento no âmbito estadual
que ameaçam (e contrapõem) grupos sociais.
Serão
prioritariamente investigadas e analisadas a partir da constituição do
Observatório dos Conflitos Rurais no Estado de São Paulo:
1) às
reconfigurações da colheita das culturas da cana de açúcar e da laranja na
região da Alta Mogiana/Ribeirão Preto;
2) às
comunidades tradicionais na região do Vale do Ribeira e
3) às pequenas
propriedades na região do Oeste Paulista.
Os objetivos
específicos da proposta podem ser organizados em 2 grandes eixos. O primeiro
relaciona-se à problemática dos conflitos rurais e o segundo vincula-se à
promoção da discussão sobre os conflitos rurais e a produção de subsídios que
contribuam para a elaboração de estratégias públicas de intervenção nestas
realidades.
No que diz
respeito à problemática de pesquisa, o Observatório dos Conflitos Rurais no
Estado de São Paulo pretende:
a) identificar
os principais contextos de conflitos rurais no estado;
b)
sistematizar os conflitos quanto a sua natureza, atores envolvidos e local de
ocorrência, possibilitando maior compreensão do mundo rural na sua atualidade,
suas dinâmicas sociais e as mudanças recentes;
c) mapear os
sujeitos políticos: o que pensam, como agem e o que reivindicam;
d) como as
instituições de representação política oficiais (sindicatos, Executivos,
Judiciário) se comportam nestes contextos e
e) identificar
as arenas de resolução de conflitos utilizadas pelos respectivos sujeitos (como
audiências públicas, ocupações de propriedades, greves, processos no Judiciário
etc.).
Sobre a promoção da discussão
acerca dos conflitos e a produção de informações que sirvam como subsídios para
a formulação de estratégias públicas de intervenção, o Observatório dos
Conflitos Rurais no Estado de São Paulo tem como objetivos específicos:
a) ampliar e
fortalecer a discussão acadêmica sobre os principais conflitos rurais no
interior do estado de São Paulo;
b) dar
visibilidade aos conflitos pesquisados no âmbito da academia, dos sindicatos,
movimentos sociais e organizações da sociedade civil;
c) produzir e
disponibilizar materiais, para consulta das entidades participantes do projeto
e demais segmentos da sociedade, sobre as principais dinâmicas rurais
conflitivas do estado, potencializando a atuação destas instituições na
garantia de cumprimento dos direitos dos povos do campo;
d) estabelecer
forte interlocução da Universidade, em especial do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas (IFCH), com as entidades participantes do projeto através do
intercâmbio de informações e experiências.
Para garantir
o cumprimento dos objetivos específicos pretendemos realizar:
a) a produção
de um site que armazenará os dados produzidos (boletins periódicos,
clippings/dossiês e sistematização das principais noticias locais/regionais
sobre os conflitos rurais no interior paulista;
b) a elaboração
de cartografias dos diversos conflitos, também a ser hospedada no referido
site;
c) a realização
de seminários com o objetivo de trazer os respectivos atores para discussões
internas à universidade, publicizando seus pontos de vista e seus projetos para
os espaços rurais paulistas;
d) a elaboração
e distribuição de cartilhas para os diversos segmentos da sociedade civil
(sindicatos, movimentos sociais e órgãos públicos) com sínteses dos principais
dados produzidos ao longo das atividades de pesquisa do projeto.
Para ver o blog do projeto, clique aqui.
Para ver o blog do projeto, clique aqui.
>> Eventos relacionados.
domingo, 1 de dezembro de 2013
Dez anos do Decreto 4887: dos efeitos de uma política de reconhecimento sobre o campo acadêmico (I)
Na elaboração de um balanço dos dez anos do artigo 4887 não poderia ficar de fora uma reflexão, mesmo que sucinta, sobre os efeitos desta política de reconhecimento sobre o próprio campo acadêmico. Tema que nos remete ao terreno crítico da relação entre produção científica e produção política, entre formação dos campos e problemas científicos e a formação da Nação, que coloca a em cheque a confortável crença na distância suposta entre classificações sociais, conceitos científicos e categoriais jurídico-administrativas. Todos problemas para os quais o tema do reconhecimento das comunidades quilombolas no Brasil (mas também no resto da América Latina sob outras designações) nos servem de matéria prima excepcional; e nos quais vale a pena inserir o nosso balanço sobre os 25 anos do artigo 68 e os dez anos do decreto 4887.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013
PARA SAIRMOS DA POSIÇÃO REATIVA
O contexto de greve discente em que estivemos envolvidos, mesmo depois de dissipado, nos
apresenta questões que exigem atenção e debate.
Esta greve tem seu estopim em um evento de máxima violência
vivido no Campus, a morte de um estudante no contexto de uma festa considerada
ilegal, mas tolerada pela Reitoria, do qual resultou o anúncio, mais tarde
negado, de que esta mesma Reitoria autorizaria a presença da Polícia Militar no
Campus. Reagindo a este anúncio, a greve dos estudantes da UNICAMP se
apresenta, em parte, como desdobramento de uma mobilização nacional que, tendo
origem nas jornadas de junho, foi prolongada até poucos dias pela luta dos
professores de ensino publico do Rio de Janeiro e pelas amplas e intensas
manifestações contra os leilões de campos do pré-sal promovidos pelo governo
federal. Eventos de ponta a ponta marcado pela atuação violenta e arbitrária da
polícia, e até mesmo do exército e da Força Nacional, sob beneplácito dos
governos municipais, estaduais e federal.
Coincidentemente ou não, em meio à greve, chegou-nos ao conhecimento a decisão da Prefeitura do Campus – tomada, aliás, sem nos dirigir qualquer consulta prévia – de demolir a lanchonete do IFCH, importante espaço de sociabilidade de alunos, professores e visitantes, único remanescente da demolição ou desativação de espaços semelhantes no em torno do nosso instituto. É inegável o efeito preocupante que o encadeamento desses eventos, de escalas e qualidades tão distintas, mas todos dotados de significativa carga de violência, produz sobre todos nós.
Coincidentemente ou não, em meio à greve, chegou-nos ao conhecimento a decisão da Prefeitura do Campus – tomada, aliás, sem nos dirigir qualquer consulta prévia – de demolir a lanchonete do IFCH, importante espaço de sociabilidade de alunos, professores e visitantes, único remanescente da demolição ou desativação de espaços semelhantes no em torno do nosso instituto. É inegável o efeito preocupante que o encadeamento desses eventos, de escalas e qualidades tão distintas, mas todos dotados de significativa carga de violência, produz sobre todos nós.
De outro lado, a temporalidade da greve em nossa
universidade encontra evidente correspondência com a greve dos estudantes de
outra universidade estadual paulista, a USP, em cujas reivindicações por
democratização da estrutura e dos mecanismos de tomada de decisão
universitários nossos grevistas buscam se espelhar, reproduzindo os mesmos métodos, como os cadeiraços, apitaços e tais. Métodos que recentemente foram
questionados por uma carta aberta assinada por uma fração significativa de
professores da FFLCH, por substituírem o convencimento por ações coercitivas. Essa
carta coletiva, assim como as imediatas reações a ela, individuais, mas
igualmente públicas, circularam entre nós, provocando discussões pontuais,
assim como evidenciando que nossa posição de silêncio e expectativa havia
chegado a um limite delicado.
Em uma tênue tentativa de resposta a isso, foi convocada,
por meio da lista geral de professores do IFCH da UNICAMP, uma reunião com o objetivo de iniciar a
discussão sobre uma tomada de posição. Apesar de nosso instituto contar com
pouco mais de cem professore plenos permanentes, apenas três puderam ou
quiseram participar desta conversa. Quorum em si mesmo significativo do tipo de
problema vivido por nossa comunidade acadêmica e parte do desafio a ser
superado. Ainda assim, foi possível testar algumas idéias.
Em primeiro lugar, está claro que o debate, realizado predominantemente por meio de textos circulados na internet, sem nem mesmo o dialogo face-a-face, corre o risco de nos levar a uma espiral meta-discursiva onde predominam a retórica, as acusações ideológicas e os posicionamentos reativos, incapazes de produzir qualquer outro efeito além da simplificação e do acirramento das posições.
Em primeiro lugar, está claro que o debate, realizado predominantemente por meio de textos circulados na internet, sem nem mesmo o dialogo face-a-face, corre o risco de nos levar a uma espiral meta-discursiva onde predominam a retórica, as acusações ideológicas e os posicionamentos reativos, incapazes de produzir qualquer outro efeito além da simplificação e do acirramento das posições.
No lugar disso, e para além das críticas que possamos
formular aos posicionamentos do movimento estudantil que optou pela greve e
pelas barricadas, nos parece fundamental sair da posição reativa, para assumir
a responsabilidade que nos cabe diante dos diagnósticos a que chegamos.
O mais elementar desses diagnósticos passa pela
identificação de um esvaziamento e de um abandono (por displicência ou forçado)
do nosso espaço comum. Espaços de sociabilidade ameaçados sem que saibamos por
que razão, prédios fundamentais ao crescimento de nossas atividades acadêmicas
eternamente inacabados, espaços de circulação pouco iluminados, um anfiteatro
degradado e de uso precarizado, assembleias estudantis e reuniões de professores
esvaziadas, limites disciplinares transformados em muros aparentemente
intransponíveis, um ensimesmamento da universidade que dá as costas aos
problemas e expectativas da comunidade do seu entorno. Tudo isso aponta para a
necessidade de voltarmos a investir no cuidado e no cultivo do espaço e da vida
em comum. Nenhum projeto político ou acadêmico pode abrir mão desta condição
básica que, porém, nos está escapando.
Em função disso é necessário propor ações imediatas que
tenham em vista dar conta do nosso espaço comum, recuperar uma noção solidária,
crítica e vigorosa de comunidade acadêmica, eliminar a ideia, tornada quase um ethos da militância estudantil – e ao qual nós não podemos negar algum
fundamento – de que há uma oposição entre o mundo dos estudantes e o mundo dos
professores. Uma dicotomia francamente e erroneamente análoga à que define a
relação entre o operário do chão de fábrica e o capataz ou diretor de fábrica. Tais
ações imediatas não devem substituir o debate político sobre os temas postos em
pauta pelo movimento estudantil e por nós mesmos em nossos diferentes
engajamentos, mas devem criar ou reconstituir as condições do ambiente no qual
tais debates possam ocorrer.
Uma greve não pode ser apresentada como uma oportunidade de discutir temas políticos na Universidade, porque isto é
basicamente o mais importante que a Universidade deve fazer enquanto está em
funcionamento, e não quando está parada. Por isso é preciso não retornar às aulas como se nada tivesse acontecido. É preciso sair da posição reativa e passar à pauta das ações que estão ao nosso alcance.
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terça-feira, 5 de novembro de 2013
Um balanço dos avanços e recuos na garantia dos direitos territoriais quilombolas
Evento da Agenda do Coletivo Quilombola 2013.2
Para outras produções sobre o tema: Textos sobre Quilombos
“La reproduction interdite” : dispositifs de nomination, réflexivité culturelle et médiations anthropologiques parmi les peuples indiens du Nordeste brésilien
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Publicação
O Fórum Permanente “Inclusão e diversidade: políticas atuais e desafios para o futuro”
O Fórum Permanente “Inclusão e diversidade: políticas atuais e desafios para o futuro” pretende contribuir para o debate entre acadêmicos, movimentos sociais e autoridades governamentais, sobre as experiências e políticas de inclusão implementadas nas universidades públicas brasileiras. As discussões datam de vários anos e diferentes propostas e políticas têm sido adotadas pelas universidades. Ao final de um julgamento histórico, acompanhado atentamente por um grande número de brasileiros, no dia 27 de abril de 2012, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram, por unanimidade, que a reserva de vagas em universidades públicas com base no sistema de cotas raciais é constitucional. Em 29 de agosto de 2012, a Lei 12.711 foi sancionada, determinando que as instituições federais de ensino superior reservem, em cada concurso de ingresso em seus cursos de graduação, “no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas”. Nesse conjunto, o preenchimento das vagas deve acompanhar “a proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição”.
As universidades estaduais paulistas adotam, entretanto, outras políticas de inclusão social e racial. O PAAIS/UNICAMP (desde 2004) prevê 30 pontos acrescidos na nota final para egressos da rede pública de ensino e mais 10 pontos para os "autodeclarados pretos, pardos e indígenas"; o INCLUSP/USP (desde 2007) também adota o sistema de acréscimo de pontos no vestibular, mas apenas para os egressos das escolas públicas; a UNESP recentemente adotou uma política de cotas para favorecer a inclusão de estudantes de escolas públicas, afrodescendentes e indígenas. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o próprio governo estadual têm projetos em andamento, com outras modalidades. A recente proposta do governo do Estado de São Paulo (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista - PIMESP) teve uma grande repercussão nos movimentos sociais, movimentos estudantis e nos meios acadêmicos em geral.
É hora de retomar o debate numa perspectiva mais ampliada. As reflexões e práticas acumuladas ao longo dos últimos anos devem ser o ponto de partida para o aperfeiçoamento de novas propostas de inclusão social e racial. Esse Fórum pretende reunir dados e amadurecer propostas que poderão subsidiar programas de ação afirmativa nas universidades estaduais paulistas.omenagem ao amigo e colega, que nos deixou tão prematuramente.
MANHÃ
9h – Sessão de abertura
9h30 – Conferência de abertura
Luiza Bairros - Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Coordenação: Lucilene Reginaldo (UNICAMP)
10h30 – Mesa 1- Ações afirmativas e cotas: balanço e desafios
Jocélio Teles (UFBa)
Bruno Ferreira (Professor Kaigang, UFRGS)
Coordenação: Silvia H. Lara (UNICAMP)
TARDE
14h – Mesa 2 – As universidades paulistas e as ações afirmativas
Maria Walburga dos Santos (UFSCar)
Benedito Prezia (PUC-SP)
Coordenação: José Maurício Arruti (UNICAMP)
15h30 – Mesa 3 –Trajetórias individuais, experiências coletivas e políticas públicas
Francisca Navantino Paresi (Secretaria da Educação de Mato Grosso)
Álvaro Pereira do Nascimento (UFRRJ)
Coordenação: Luanda Sito (UNICAMP)
17h - Sessão de encerramento
18h – Lançamento do livro O impacto das cotas nas universidades brasileiras (2004-2012), organizado por Jocélio Teles
Local: Auditório II - IFCH
As universidades estaduais paulistas adotam, entretanto, outras políticas de inclusão social e racial. O PAAIS/UNICAMP (desde 2004) prevê 30 pontos acrescidos na nota final para egressos da rede pública de ensino e mais 10 pontos para os "autodeclarados pretos, pardos e indígenas"; o INCLUSP/USP (desde 2007) também adota o sistema de acréscimo de pontos no vestibular, mas apenas para os egressos das escolas públicas; a UNESP recentemente adotou uma política de cotas para favorecer a inclusão de estudantes de escolas públicas, afrodescendentes e indígenas. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o próprio governo estadual têm projetos em andamento, com outras modalidades. A recente proposta do governo do Estado de São Paulo (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista - PIMESP) teve uma grande repercussão nos movimentos sociais, movimentos estudantis e nos meios acadêmicos em geral.
É hora de retomar o debate numa perspectiva mais ampliada. As reflexões e práticas acumuladas ao longo dos últimos anos devem ser o ponto de partida para o aperfeiçoamento de novas propostas de inclusão social e racial. Esse Fórum pretende reunir dados e amadurecer propostas que poderão subsidiar programas de ação afirmativa nas universidades estaduais paulistas.omenagem ao amigo e colega, que nos deixou tão prematuramente.
MANHÃ
9h – Sessão de abertura
9h30 – Conferência de abertura
Luiza Bairros - Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Coordenação: Lucilene Reginaldo (UNICAMP)
10h30 – Mesa 1- Ações afirmativas e cotas: balanço e desafios
Jocélio Teles (UFBa)
Bruno Ferreira (Professor Kaigang, UFRGS)
Coordenação: Silvia H. Lara (UNICAMP)
TARDE
14h – Mesa 2 – As universidades paulistas e as ações afirmativas
Maria Walburga dos Santos (UFSCar)
Benedito Prezia (PUC-SP)
Coordenação: José Maurício Arruti (UNICAMP)
15h30 – Mesa 3 –Trajetórias individuais, experiências coletivas e políticas públicas
Francisca Navantino Paresi (Secretaria da Educação de Mato Grosso)
Álvaro Pereira do Nascimento (UFRRJ)
Coordenação: Luanda Sito (UNICAMP)
17h - Sessão de encerramento
18h – Lançamento do livro O impacto das cotas nas universidades brasileiras (2004-2012), organizado por Jocélio Teles
Local: Auditório II - IFCH
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Seminário Balaio do Patrimônio, IPHAN-PA
PROGRAMAÇÃO
16 de agosto de 2013 | Local: Auditório Iphan/Pa
- Apresentação dos Resultados do INRC Carimbó na RMB (9h-12h/14h-18h)
Prof. Msc. Andrey Faro (Pesquisador INRC Carimbó/Fidesa)
19 de agosto de 2013 | Local: Auditório Iphan/Pa
- Credenciamento Balaio do Patrimônio (9h às 12h)
- Apresentação musical (18h às 19h)
- Cerimônia de Entrega da Obra de Restauração da Igreja de São João (19h)
20 de agosto de 2013 | Local: Auditório Anexo Iphan/Pa
- Palestra de Abertura: Política Nacional de Preservação do Patrimônio Cultural (9h às 12h)
- Palestra 1: Políticas públicas e quilombos (14h às 18h)
21 de agosto de 2013 | Local: Auditório Anexo Iphan/Pa
- Palestra 2: Produção de Conhecimento e Políticas Públicas para Arquivos (9h às 12h)
- Mesa redonda 1: Iniciativas de Preservação e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Paraense (14h às 18h)
- Apeú, em contos eu conto (Castanhal/Vila de Apeú): Ronildo dos Santos (Coordenador do Projeto)
- Contadores aluados e sua carroça de estrelas – Espetáculo Teatral (Baião/PA): Stéfano Santos (Coordenador do Projeto)
- Preservação da memória do acervo fílmico do MIS/Pa (Belém/PA): Paula Macedo (IAGUA)
- Belém dos Imigrantes (Belém/PA): Prof. Dr. Aldrin Figueiredo (Coordenador CMA/UFPA)
22 de agosto de 2013 | Local: Auditório Anexo Iphan/Pa
- Palestra 3: Sistema Integrado de Gestão e Conhecimento (SICG) (9h às 10h30)
- Palestra 4: Preservação do Patrimônio e Captação de Recursos (10h30 às 12h)
- Mesa redonda 2: Educação e Patrimônio Cultural (14h às 18h)
- Projeto Realidade Aumentada para o Centro Histórico de Belém: Msc. Mariana Sampaio (Fórum Landi)
- Centro Histórico de Belém, Obras de Landi e ensino da geometria: Profa. Dra. Rita Gil (IFPA/Campus Belém)
- Circuito das Águas: Fatinha Silva (FCPTN/Centur)
23 de agosto de 2013 | Local: Auditório Anexo Iphan/Pa
- Palestra 5: Cidadania, Planejamento Estratégico e Povos Indígenas (9h às 12h)
- Painel 1: Balanço das Práticas Patrimoniais - Municípios que Aderiram ao Acordo de
- Afuá - Aveiro - Belterra - Belém - Bragança - Cametá - Óbidos - Santarém - Vigia
- Encerramento e Apresentação Cultural (18h às 21h)
Antropologia e Geografia: identidade, território, educação
Mesa Antropologia e Geografia: identidade, território, educação. org.pelo nosso Coletivo Quilombola, agora oficialmente vinculado ao CERES/ Unicamp. — com Avelar Junior (marca solicitada), Ednizia Kuhn (marca solicitada), Alex Ratts (marca solicitada), Tiago Rodrigues, Cassius Cruz, Luanda Soares Sito e José Maurício Arruti.
Evento da Agenda do Coletivo Quilombola 2013.2
Evento da Agenda do Coletivo Quilombola 2013.2
SEMINÁRIO: ARTE E SOCIEDADE INDÍGENA: diálogos sobre patrimônio e mercado
SEMINÁRIO
ARTE E SOCIEDADE INDÍGENA: diálogos sobre patrimônio e mercado
CPEI - IFCH - UNICAMP
30 de Outubro de 2013, Auditório II
Este seminário, proposto no âmbito do projeto ‘Artesanato Pankararu: memória e patrimônio, educação e sustentabilidade’, realizado pelo CPEI em convênio com o IPHAN, tem por objetivo reunir um conjunto de intervenções antropológicas e indígenas sobre o tema da arte e do artesanato, tomados em uma dupla dimensão, a patrimonial e a econômica.
A pertinência desta proposta surge da observação das tensões e transformações que vem se operando na relação entre sociedades indígenas e sua cultura material. Esta relação pode ser mediada por uma concepção da produção material indígena como parte de saberes próprios e tradicionais, expressão de sua cosmologia ou instrumento de valorização identitária. Ou, por outro lado, esta relação pode ser mediada por noções típicas das relações de consumo, diante das quais seu valor está associado à sua incorporação em coleções de arte, a objetos da indumentária de moda, na esteira dos “novos valores” da sociedade pós-industrial e aos novos usos e redefinições da noção de “cultura” no cenário político contemporâneo” .
O próprio espaço de vida e de referências estéticas indígenas incorpora esta tensão, na medida em que podemos observar nos seus artesãos tanto o compromisso com a produção de artefatos tomados como ‘tradicionais’, quanto o interesse em produzir objetos novos, relacionados a projetos e modos de vida contemporâneos, que implicam novas referências estéticas, materiais, estilos, usos e modos de produção.
Apesar de tudo isso aparecer misturado na prática, tais tendências apontam para dois modos de apropriação da arte ou artesanato indígenas e tradicional, do patrimônio e do mercado.
Para a discussão desses temas elaboramos um seminário organizado em duas mesas, uma centrada na questão pankararu, referência empírica do projeto em curso e que dá ensejo ao próprio seminário, e outra em uma discussão mais ampla sobre a relação entre mercado e patrimônio. Essas mesas ocorrerão em associação com as “Quartas da Antropologia”, evento mensal do PPGAS- UNICAMP, que neste edição será dedicado ao tema da relação entre Antropologia e Arte Indígena.
PROGRAMA
Abertura (9h00 - 9h15)
José Maurício Arruti
Mesa ‘ESTÉTICA E RITUALIDADE PANKARARU’ (9h15 - 12h00)
Marcos Alexandre Albuquerque ( 30 min)
Claudia Mura (30 min)
Rita Pankararu (30 min)
Debate (30 min)
ALMOÇO (12h00-14h00)
Mesa ‘ARTE INDÍGENA: ENTRE PATRIMÔNIO E MERCADORIA’ (14h00 - 19h00)
Ilana Goldstein (30 min)
Edson Gomes (30 min)
Ava Fulni-ô (30 min)
Debate (30 min)
Coffee-break (16h30 - 17h00)
Palestra | Quartas da Antropologia (17h - 19h)
Lucia Hussak van Velthem (50 min)
Debate (1h00)
RESUMOS
Marcos Alexandre Albuquerque – “O praiá ankararu: objeto, imagem e direitos”
Desde a famosa “Missão de 1938” promovida por Mário de Andrade no período em que foi diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo, até as manifestações atuais, promovidas, por exemplo, por ONGs e CIMI, a máscara praiá é o elemento de maior destaque na imagética dos indígenas Pankararu. Essa imagética apenas assume a “indianidade” dessa população quando essa é representada pelo modelo do índio genérico, sendo a máscara praiá o paradigma no caso Pankararu. Essa apresentação pretende mostrar como esse registro imagético foi historicamente construído na relação desses indígenas com o estado e de que maneira esse repertório é atualizado nas atuais políticas culturais Pankararu (performances, internet, workshops e outras).
- Mestrado em Sociologia pela UFPB e doutorado em Antropologia Social pela UFSC, prof. da UERJ.
Claudia Mura - "Performances rituais e processos políticos entre os Pankararu”
A comunicação concentra-se nos aspectos políticos que permeiam as práticas rituais Pankararu e na elaboração e sistematização de fluxos culturais -ideias, conceitos, valores e itens materiais- em um contexto marcado por uma crescente ênfase na etnicidade. Visa-se destacar a relevância das performances rituais, entendidas como ações sobre o mundo, portanto, como atos morais e políticos indissociáveis do contexto experiencial, dos princípios organizacionais, das diferentes situações históricas e a interação da coletividade com diversas agências e agentes. Propõe-se uma analise das performances rituais como atos reivindicativos para fora, bem como eventos comunicativos para dentro, que proporcionam experiências éticas e emocionais à comunidade política e étnica e impulsionam a solidariedade grupal.
- Mestrado e doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional, UFRJ, profa. da UFAL.
Ilana Goldstein - “Arte em contexto: o estudo da arte nas Ciências Sociais”
Apresentaremos algumas abordagens antropológicas e sociológicas da arte. Os temas discutidos são: a “distinção” por meio do conhecimento sobre a arte; a importância das instâncias de legitimação na definição do que é arte; a relação entre a distinção artística e cosmologia em sociedades tradicionais; e o debate sobre a universalidade da categoria “estética”.
- Mestrado na USP e na Universidade de Paris (Sorbonne Nouvelle), doutorado em Antropologia Social (Unicamp), profa. do Centro Universitário SENAC e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Edson Gomes - “A experiência da ‘Ameríndia’”
A apresentação se foca nos aspectos da importância do comércio dos artefatos indígenas para as próprias populações indígenas envolvidas em seu processo produtivo, em um contexto atual. Aborda também a relação existente entre a arte indígena e o artesanato indígena, buscando aproximar-se do ponto de vista do próprio índio.
- Especialista em Arqueologia Brasileira pela Universidade de Santo Amaro, proprietário da Ameríndia Arte Indígena Brasileira.
Lucia Hussak van Velthem - “A estética wayana: humanos, animais, sobrenaturais”
A apresentação enfocará os Wayana, povo indígena de língua Carib que vive no norte do Estado do Pará. Tendo como ponto de partida os bens materiais e os grafismos produzidos e utilizados, a exposição volta-se para a compreensão das categorias através das quais a sociedade wayana pensa e formula seu próprio sistema estético que enfatiza entidades não humanas e conceitos cosmológicos mais amplos.
- Mestrado e doutorado em Antropologia Social pela USP, pós-Doutorado no EREA-CNRS (França), pesquisador titular do MCTI e da SCUP - MCTI em Brasilia.
DEPOIMENTOS:
Rita de Cassia dos Santos (Rita Pankararu) - Coordenadora dos professores de Arte e Cultura Indígena das escolas indígenas Pankararu, Diretora do Museu-Escola Pankararu (PE).
Avanil Florentino de Oliveira (Ava Fulni-ô) - Artesã indígena (SP), Presidente do Conselho Municipal dos Povos Indígenas (São Paulo/SP), membro do Conselho Estadual dos Povos Indígenas (SP), coordenadora cultural da Articulação dos Povos Indígenas (ARPIN-sudeste), membro da Comissão Indígena na Câmara dos Deputados (Brasília).
ORGANIZAÇÃO:
José Maurício Arruti (Prof. Dr. PPGAS UNICAMP / CPEI)
Virgínia Borges (CPEI)
Alessandra Traldi (CPEI / Comitê editorial da PROA: revista de antropologia e arte)
Bolsistas PAPI: Amanda Sequeira e Suyanne Bacelar (CPEI)
APOIO:
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Secretaria de Eventos do IFCH
FAEPEX - UNICAMP
29a. RBA - GT Histórias indígenas e Contextos do Indigenismo: classificações, territórios e reflexividade cultural
045. Histórias indígenas e Contextos do Indigenismo: classificações, territórios e reflexividade cultural
Coordenadores: José Maurício Paiva Andion Arruti (UNICAMP), Maria Rosa´rio Gonçalves de Carvalho (Universidade Federal da Bahia)
Este GT pretende retomar, e renovar, uma linha consagrada da reflexão sobre os povos indígenas, qual seja, a da História Indígena e do Indigenismo, assim como homenagear um dos seus principais expoentes entre nós, John Monteiro (1956-2013). Para isso, além de apontar a necessidade de pluralizar as histórias indígenas e de reler o indigenismo em seus variados contextos, propomos realizar este duplo movimento a partir do cruzamento de três temas. (a) Das classificações sociais: questões relativas à própria construção e reconstrução da noção de índio e de indígena, e que mobiliza desde as lógicas de distinção e alianças locais até os mecanismos de nominação coloniais e nacionais. (b) Dos territórios: considerando desde uma etnologia das territorialidades nativas até o que temos denominado de processos de territorialização, para designar o modo especifico pelo qual o território é usado como modo de definir unidades de intervenção estatais. (c) Da reflexividade cultural: modos pelos quais os povos indígenas têm apreendido, incorporado e ressignificado categorias científicas, jurídicas e administrativas, o que nos impele a pensá-las de outro modo que não como simples objeto de saber-poder, ou como cosmologias encerradas em si mesmas. Cruzam tais eixos temas como, as sobreposições territoriais, as etnogêneses, as estratégias de performatividade identitária, as figuras indígenas de mediação cultural, tais como os tradutores, capitães, professores e funcionários do órgão indigenista.
Encontros sobre Conjuntura Quilombola - maio e junho de 2013
Conferencias sobre Antropología e Historia en Brasil: población indígena y afrobrasileña
Conferencias de José Mauricio Arruti sobre Antropología e Historia en Brasil: población indígena y afrobrasileña
Actividad de centro | (Italia - Università di Bologna - Aula C Santa Cristina)
29 y 30 de abril de 2013
29 y 30 de abril de 2013
Actividad organizada por el Corso di Storia e Istituzioni dell’America Latina, Alma Mater Studiorum - Università di Bologna, Dipartimento di Scienze politiche e sociali. José Mauricio Arruti es investigador del Centro de Pesquisa em Etnologia Indígenas de la Universidade de Campinas – São Paulo. Títulos de las conferencias: 29 de Abril: Os Pankararu: etnogênese e migração para a metrópole. 30 de Abril: Dos 'estudos raciais' a uma 'etnologia quilombola'. Intervienen: Lucio Pegoraro, Roberto Vecchi y Sofia Venturoli.
Seminário do grupo de Filosofia Política: Tensões da Democracia
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Agenda de Atividades do Coletivo Quilombola 2013.2
quinta-feira, 28 de março de 2013
John Manuel Monteiro (1956-2013)
Não fui orientando do John, nem nunca tive aulas com ele. Em princípio, não faço parte da “linhagem” – nas suas próprias palavras – que ele vinha criando na UNICAMP, cuja marca é uma abordagem histórica e política da etnologia, indígena e outras. Apesar disso, e da sua insistência em me tratar como um igual, sinto com relação a ele o tipo de dívida amorosa que se estabelece com os mestres.
Foi dele o meu primeiro convite para participar em um GT da ANPOCS, assim como foi dele o meu primeiro convite para uma banca de doutorado. Ele foi um leitor generoso em minha banca de doutorado e fez um prefácio ainda mais generoso para o livro que resultou dela. Em pouco tempo a sua erudição - por vezes surpreendente -, a sua capacidade de olhar para além dos limites disciplinares, o seu modo franco e transparente de se posicionar politicamente, assim como a sua capacidade de circular pelos mais diversos grupos – acadêmicos ou não – foram definindo para mim um modelo desejável de intelectual.
No último ano, porém, nos transformamos em colegas de departamento e, imediatamente a seguir, em parceiros. Muitos projetos brotaram de imediato, como se eles já existissem em algum lugar, apenas a espera da coabitação acadêmica.
Agora será necessário inventar o futuro mais uma vez.
A surpresa e o sofrimento pela morte de uma pessoa boa e de um amigo querido vêm acompanhadas, para nós, seus colegas de UNICAMP, do desamparo produzido pelo abrupto desaparecimento de uma pessoa que era importante e mesmo central de muitas formas, seja em nosso cotidiano ou em nossos projetos de futuro. No departamento de Antropologia e, deste o final do ano passado, na direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, a sua presença proporcionava a tranquilidade que os contextos exasperados por disputas de todo tipo nos exigem.
À dor soma-se o sentimento de uma responsabilidade que parece nos ultrapassar.
Por fim, se sua produção acadêmica foi precipitadamente transformada em obra, pelos limites impostos injusta e arbitrariamente por sua morte, a sua memória inspira um sentido ético do trabalho intelectual que permanecerá em aberto, a nos inspirar.
jm arruti
Foi dele o meu primeiro convite para participar em um GT da ANPOCS, assim como foi dele o meu primeiro convite para uma banca de doutorado. Ele foi um leitor generoso em minha banca de doutorado e fez um prefácio ainda mais generoso para o livro que resultou dela. Em pouco tempo a sua erudição - por vezes surpreendente -, a sua capacidade de olhar para além dos limites disciplinares, o seu modo franco e transparente de se posicionar politicamente, assim como a sua capacidade de circular pelos mais diversos grupos – acadêmicos ou não – foram definindo para mim um modelo desejável de intelectual.
No último ano, porém, nos transformamos em colegas de departamento e, imediatamente a seguir, em parceiros. Muitos projetos brotaram de imediato, como se eles já existissem em algum lugar, apenas a espera da coabitação acadêmica.
Agora será necessário inventar o futuro mais uma vez.
A surpresa e o sofrimento pela morte de uma pessoa boa e de um amigo querido vêm acompanhadas, para nós, seus colegas de UNICAMP, do desamparo produzido pelo abrupto desaparecimento de uma pessoa que era importante e mesmo central de muitas formas, seja em nosso cotidiano ou em nossos projetos de futuro. No departamento de Antropologia e, deste o final do ano passado, na direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, a sua presença proporcionava a tranquilidade que os contextos exasperados por disputas de todo tipo nos exigem.
À dor soma-se o sentimento de uma responsabilidade que parece nos ultrapassar.
Por fim, se sua produção acadêmica foi precipitadamente transformada em obra, pelos limites impostos injusta e arbitrariamente por sua morte, a sua memória inspira um sentido ético do trabalho intelectual que permanecerá em aberto, a nos inspirar.
jm arruti
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domingo, 10 de fevereiro de 2013
Bola Preta: onde os fracos não tem vez
Abro o G1 nesta manhã carnavalesca buscando registros do dia de ontem e, em lugar de encontrar o tradicional ensaio fotográfico de um dos fenômenos mais impressionantes do carnaval carioca (como fez, de praxe, a Folha) encontro uma matéria policial: pessoas passando mal e carros da polícia depredados.
Isso é digno de stand up, mas indigno do nosso carnaval.
A polícia coloca os seus carros atravessados no meio da rua que deveria estar livre e desimpedida para a passagem deste alegre e monumental animal cujo corpo é formado por dois milhões de foliões, e ainda não quer arranhar a tinta das viaturas!
Desde o ano passado, quando a prefeitura inverteu o trajeto do cortejo, começaram os atropelos: agora o Bola concentra no espaço mais aberto (Candelária) e tem que dispersar no espaço mais apertado (Cinelândia).
Isso vai contra a fisiologia do monumental e alegre animal. Quando concentrava na Cinelândia, as pessoas iam chegando de metrô e se acomodando nos bares da região, enquanto pequenos grupos iam fazendo seus cercadinhos onde senhoras e senhores mais velhos e algumas crianças se alojavam em cadeiras trazidas de casa para ver o despertar do bicho-Bola, bebendo sua própria bebida e comendo sua própria comida. Quando o cortejo começava, boa parte desse povo não saía do lugar. O bicho-Bola se desprendia da Cinelândia deixando um pedaço de si (o pessoal do bloco parado), para ir crescendo de novo e ainda mais ao longo da Rio Branco, tornava-se uma massa indomável entre a Carioca e a Uruguaiana, mas depois que o primeiro carro chegava na Candelária, a multidão começava a se dispersar, desaguando nas nove pistas da Presidente Vargas.
Porque fazer com que o bicho-Bola ande ao contrário? Porque colocar carros de polícia (notem que não eram ambulâncias) atravessados na rua, no espaço em que a multidão mais fica apertada?
Quando a gente olha no conjunto o que o Estado e a Prefeitura estão fazendo com o Rio, com sua população e com tudo quanto é, de fato, popular, isso nem surpreende. É para por fim mesmo no carnaval que não tem cordão, ingresso, camarote.
Isso é digno de stand up, mas indigno do nosso carnaval.
A polícia coloca os seus carros atravessados no meio da rua que deveria estar livre e desimpedida para a passagem deste alegre e monumental animal cujo corpo é formado por dois milhões de foliões, e ainda não quer arranhar a tinta das viaturas!
Desde o ano passado, quando a prefeitura inverteu o trajeto do cortejo, começaram os atropelos: agora o Bola concentra no espaço mais aberto (Candelária) e tem que dispersar no espaço mais apertado (Cinelândia).
Isso vai contra a fisiologia do monumental e alegre animal. Quando concentrava na Cinelândia, as pessoas iam chegando de metrô e se acomodando nos bares da região, enquanto pequenos grupos iam fazendo seus cercadinhos onde senhoras e senhores mais velhos e algumas crianças se alojavam em cadeiras trazidas de casa para ver o despertar do bicho-Bola, bebendo sua própria bebida e comendo sua própria comida. Quando o cortejo começava, boa parte desse povo não saía do lugar. O bicho-Bola se desprendia da Cinelândia deixando um pedaço de si (o pessoal do bloco parado), para ir crescendo de novo e ainda mais ao longo da Rio Branco, tornava-se uma massa indomável entre a Carioca e a Uruguaiana, mas depois que o primeiro carro chegava na Candelária, a multidão começava a se dispersar, desaguando nas nove pistas da Presidente Vargas.
Porque fazer com que o bicho-Bola ande ao contrário? Porque colocar carros de polícia (notem que não eram ambulâncias) atravessados na rua, no espaço em que a multidão mais fica apertada?
Quando a gente olha no conjunto o que o Estado e a Prefeitura estão fazendo com o Rio, com sua população e com tudo quanto é, de fato, popular, isso nem surpreende. É para por fim mesmo no carnaval que não tem cordão, ingresso, camarote.
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