sábado, 3 de março de 2012

Comunicação e formação (Koinonia 2001-2009)


Inspirados pelo objetivos do Projeto Egbé - Territórios Negros (Koinonia) de integrar pesquisa antropológica e ações em defesa e promoção de direitos (advocacy), também tomamos iniciativas de formação e comunicação. Assim, ao mesmo tempo em que desenvolvíamos ações em campo, diretamente junto às comunidades quilombolas, fomos constituindo uma estratégia de formação baseada na ampla circulação e troca de informações entre as comunidades quilombolas, a militância e o campo de pesquisadores no tema.

Em 2001 iniciamos a publicação do Informativo Territórios Negros (ITN - jornal bimestral de oito a 12 páginas, com tiragem média de 1200 exemplares), que era distribuído pelo correio a comunidades quilombolas de praticamente todos os estados do Brasil. O ITN reunia, sintetizava e vertia para uma linguagem acessível, agregando-lhes comentários explicativos, as notícias da imprensa sobre o tema (clipping nacional), assim como notícias que nos chegavam pela comunicação direta das comunidades ou pela colaboração de pesquisadores e militantes. Depois de quatro anos e quase 20 números, o crescimento do interesse pelo tema e a velocidade e volume das notícias e informações que passaram a ser veiculadas, assim como a ampliação do acesso à internet nos obrigaram a rever o seu projeto editorial. Apesar de não termos deixado de publicá-lo (ele só seria interrompido em abril de 2009, em sua 38ª. edição), sua atuação seria complementada, em 2005 pelo sítio eletrônico Observatório Quilombola (OQ).

     
[Clique aqui para ver a coleção dos Informativos Territórios Negros]

O OQ surgia da constatação de que o lento e irreversível avanço da mobilização quilombola havia ampliado muito e rapidamente o número e a variedade de atores interessados na temática e com intervenções concretas nas comunidades. Esse rápido crescimento, porém, nem sempre vinha acompanhado da qualificação dos intervenientes, nem representava um acúmulo de conhecimento amplamente partilhado. Assim, seus objetivos eram fomentar uma rede de informações que não ficasse aos restritos interesses da grande imprensa, criando, assim, as condições para o monitoramento das políticas públicas incidentes sobre as comunidades.
[Clique aqui para acessar a versão antiga do site OQ (2005-2006)]

Nos primeiros dois anos do OQ a média de acessos mensais chegou à ordem de 2.000 visitas, assim como mais de 550 pessoas se cadastraram para receber nossos boletins semanais. Da mesma forma, um grande número de colaboradores viram no OQ um espaço legítimo para a divulgação de seus textos e análises. Assim, entre março de 2005 e setembro de 2006, ora por convite direto, por indicação do Conselho Editorial ou ainda por iniciativa própria, publicaram no OQ: quilombolas (2), profissionais de ONGs (10), antropólogos (11), jornalistas (2), fotógrafos (2), advogados (4), geógrafos (2), uma lingüista, uma historiadora, uma assistente social e uma agrônoma. Entre esses colaboradores constavam mestres (14) e doutores (7), vindos do Pará (2), Maranhão (3), Pernambuco (2), Goiás (3), Bahia (4), Minas Gerais (1), Espírito Santo (3), Rio de Janeiro (8), São Paulo (5), Rio Grande do Sul (4) e até da Holanda (1) e Colômbia (1).

A partir de 2007, no entanto, com o fim do financiamento específico com que o OQ contava, o site passaria a ser mantido com os recursos institucionais de Koinonia e com o trabalho voluntário do seu editor e vários colaboradores, concentrando-se basicamente na função de clipping das notícias nacionais relativas ao tema. Ainda realizamos uma reforma na apresentação visual do site, organizamos um número piloto de sua revista, mas em 2009 eu deixaria a editoração do site.
[Clique aqui para acessar a versão recente do site OQ pós-2007]









Nenhum comentário:

Postar um comentário