domingo, 4 de março de 2012

Laudos Antropológicos (1995-2009)

Minha participação na produção de laudos teve início em 1995, no âmbito de um convênio entre a ABA e a Fundação Cultural Palmares, que reuniu uma equipe de antropólogos para produzir estudos sobre seis comunidades em diferentes estados do país. Nessa pesquisa, além da realização do laudo do Mocambo, coube-me também o papel de supervisor de equipe, encarregado da definição de uma sistemática para o levantamento, reconhecimento e identificação de comunidades remanescentes de quilombos e seus territórios.

Alguns anos depois (1998-1999), eu dividiria a responsabilidade com Ivson Ferreira, antropólogo da FUNAI a responsabilidade pelo relatório de revisão do território Pankararu, desdobrando análises realizadas no mestrado sobre a relação entre dinâmicas territoriais, faccionais e rituais.

Tais experiências me levaram ao Encontro do Grupo de Trabalho sobre Laudos Antropológicos da ABA, realizado no ano 2000 em Ponta das Canas (SC), que deu origem a um documento oficial da associação sobre o tema. O encontro teve por objetivo definir os parâmetros norteadores do trabalho do antropólogo em “situações de perícia”. Desse encontro de trabalho resultou a “Carta de Ponta das Canas - Documento de Trabalho da Oficina sobre Laudos Antropológicos”, que se mantém como importante referência nos debates internos à ABA.
[Clique aqui para lera o documento]

Os anos de 2002 e 2003 seriam quase inteiramente dedicados à produção de relatórios ou laudos de identificação étnica e territorial. Além de coordenar os relatórios das comunidades de Preto Forro, da Ilha da Marambaia e do norte do Espírito Santo, eu ainda seria contratado pelo Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP) para realizar a identificação territorial da comunidade do Cangume (Vale do Ribeira, SP). Parte deste último relatório me renderia, em 2006, o primeiro lugar no concurso nacional de monografias intitulado “Territórios Quilombolas”, promovido pelo MDA em parceria com a ABA e a Fundação Ford.

Finalmente, uma última e tardia atuação neste campo se deu entre 2008 e 2009, com a produção do relatório de identificação territorial, solicitado pelo INCRA, da comunidade do Cabral, localizada em Paraty (RJ), em um contexto complexo de sobreposição de áreas de preservação ambiental, especulação imobiliária e crescimento do movimento de populações tradicionais, que reúne quilombolas, indígenas guarani e caiçaras.
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